terça-feira, 28 de junho de 2016

Sim os pássaros fazem migração:
A migração é caracterizada como uma movimentação sazonal ou deslocamento cíclico.
Uma espécie pode migrar para passa uma parte do ano em uma determinada área se alimentado e reproduzindo, ao final da temporada a maioria dos adultos e seus filhotes voam para outra área onde passam outra parte do ano alimentando-se. Essa viagem pode ser longa se deslocando para outros países ou curta somente indo para outra região do mesmo país.
Mais ou menos há um século, acreditava-se que os pássaros não viajavam e sim hibernavam durante o inverno como os outros animais. Hoje em dia, apesar das dúvidas quanto jeito de orientação das aves, sabe-se pelo menos que eles migram muito mais em razão da busca por comida do que para fugir do frio, devido à escassez de recursos na época inverno.
A América do Sul tem 230 espécies, com migrações de curtas e longas distâncias dentro de um continente de uma grande variação latitudinal de áreas temperadas e tropicais.
Existe cerca de 840 espécies de aves migratórias registradas pelos pesquisadores no mundo todo. Algumas aves passam pela Europa, África e se instalam na Antártida todos os anos, podendo mudar de altitudes de 8000 metros e realizar viagens sem fazer paradas por quatro dias seguidos, saindo da América do Norte até a América do Sul.
As espécies possuem diferentes estratégias para desenvolver suas viagens migratórias, podendo se orientar através da capacidade de reconhecer características topográficas, como sistemas hidrológicos e montanhosos, linhas costeiras continentais, manchas florestais, manchas de água, direção dos ventos dominantes e massas de ar com diferentes graus de umidade e temperatura. Durante o dia as aves utilizam a orientação do sol e durante a noite lua e estrelar e até mesmo podem se orientar utilizando o campo magnético terrestre.
A maior parte das aves migratórias não ultrapassam os 35 Km/hora, podendo ter ajuda do vento a seu favor. Outras aves, em especial as cegonhas, podem facilmente ultrapassar 55 Km/hora por serem aves mais robustas e fortes.
Existem ameaças vindas do homem como a contaminação de recursos de águas por efluentes urbanos, industriais e agrícolas, desmatamento desenfreado e não criação de áreas de vegetação nativa como Parques e Áreas de Proteção Ambiental, e abate ilegal ocorrendo por caçadores durante a época de reprodução. Também quando é montado um parque eólico é feito um estudo de rotas migratórias das aves. Pois é muito comum as aves serem atingidas por hélice de parque eólico.
No Rio Grande do Sul segundo o Relatório Anual de Rotas e Áreas de concentração de Aves Migratórias no Brasil tem lugares e tipos de aves que são migratórias no Rio Grande do Sul como os lugares e aves sitadas abaixo:
APA do Ibirapuitã – a REBIO de Ibirapuitã, localizada Santana do Livramento, Rosário do Sul, Quaraí e Alegrete, é área de proteção Ambiental do Governo Federal e também é uma área reprodutiva de Sporophila palustris (caboclinho-de-papo-branco), espécie migratória e ameaçada (Mauricio et al. 2014).
                                          Caboclinho-de-papo-branco



Banhados e Cordões Litorâneos – no Banhado do Maçarico em município de Rio Grande, ocorre a maior população reprodutiva de Sporophila palustris (caboclinho-de-papo-branco) do Brasil (entre 200 e 300 indivíduos - cerca de 10% da população global estimada), espécie migratóriabe ameaçada (Mauricio et al. 2014).

Banhado São Donato – Localizada entre os municípios de Itaqui e Maçambará área reprodutiva de Sporophila palustris (caboclinho-de-papo-branco) (Mauricio et al. 2014), de Sporophila cinnamomea (Caboclinho-de-chapéu-cinzento) (Krügel et al. 2014) e de Rostrhamus sociabilis (Gavião-caramujeiro)(Bencke et al. 2006).



                                Caboclinho-de-chapéu-cinzento
                          




                                           Gavião-caramujeiro

Estação Ecológica do Taim – abrangendo o município de Rio Grande e 70% o de Santa Vitória do Palmar. Abriga as maiores populações conhecidas de capororocas Coscoroba coscoroba (cisnei) (cerca de 1.500indivíduos), e cisnes-do-pescoço-preto, Cygnus melancoryphus (cerca de 1.300 indivíduos) (FZBRS 2013). Há também registro de centenas de Calidris subruficollis (Maçarico-acanelado) (espécie migratória e ameaçada) durante o verão austral (Lanctot etal. 2002).

                                         Capororocas coscoroba coscoroba


                                         Cisnes-do-pescoço-preto 

                                          Maçarico-acanelado
                                         

Campos da Região de Bagé – uma das poucas áreas reprodutivas de Sporophila cinnamomea (Caboclinho-de-chapéu-cinzento) no Brasil, espécie migratória e Quase Ameaçada (Krügel et al. 2014).
Parque Estadual do Espinilho – localizada Barra do Quaraí - RS é uma área reprodutiva de Sporophila palustres- caboclinho-de-papo-branco. (Mauricioet al. 2014).
Estuário da Laguna dos Patos – área com maior concentração regular de Calidris subruficollis (Maçarico-acanelado) no Brasil (Lanctot et al. 2002).Essa espécie, além de migratória, é ameaçada de extinção. Há também grandes concentrações de Tringa flavipes (Perna-amarela-pequeno) e Pluvialis dominica (Tarambola-dourada-pequena), chegando a reunir mais de 400 (Dias et al.2011) e 500 indivíduos (Lanctot et al. 2002), respectivamente.

                                                Perna-amarela-pequeno

Parque Nacional da Lagoa do Peixe – está localizado nos municípios de Tavares, Mostardas e São José do Norte. Importante ponto de concentração de muitas espécies, como Anas geórgica (marreca-parda) (Nascimento, 1995), Pluvialis dominica (Tarambola-dourada-pequena), (concentra mais de 1% da população global dessa espécie, chegando a reunir entre 5.000 e 10.000indivíduos) (Morrison et al. 2006) e Tringa flaviopes (Perna-amarela-pequeno), (quase 2.500 indivíduos) (Gonçalves 2009). Também é importante ponto de parada para Limosa haemastica (Maçarico-de-bico-virado), chegando a concentrar mais de 1.000 indivíduos (Harrington et al.1986, Belton 1994). Calidris subruficollis (Maçarico-acanelado) tem nos campos úmidos ao redor da Lagoa do Peixe um de seus principais sítios de invernada em escala mundial (Lanctot et al. 2002). Outras espécies que aparecem regularmente em grandes números: Calidris alba o maçarico-branco (mais de 5.000 indivíduos), Calidris fuscicollis o maçarico-de-sobre-branco (mais de 6.000 indivíduos) e o ameaçado Calidris canutus o maçarico-de-papo-vermelho (mais de 11.000 indivíduos) (Harrington et al. 1986). A área é também utilizada pro grandes grupos de Sterna hirundo conhecido como Andorinha do Mar, chegando a formar concentrações de 12.000 a 14.000 indivíduos (Bencke et al. 2006).

                                Marreca-parda

                                Maçarico-de-bico-virado

                                Maçarico-de-sobre-branco


REBIO do Mato Grande localizada no município de Arroio Grande – área reprodutiva de Sporophila palustris (Caboclinho-de-papo-branco) (Mauricio et al. 2014).
Várzea do Canal de São Gonçalo – área reprodutiva de Sporophila palustris (Caboclinho-de-papo-branco), (Mauricio et al. 2014)
Chego à conclusão que o pássaros que vivem no Rio Grande do Sul como quero- quero (Vanellus chilensis), pardais (Passer domesticus), joão- de- barro (Furnarius rufus) não são aves migratórias. Já a tesourinha (Tyrannus savana) é uma espécie de aves migratória.

Referencia:
BARBOSA, Bruno Corrêa. Migração de aves. Disponível em <http://www.infoescola.com/biologia/migracao-de-aves/> Acesso em 28 de junho 2016
Ornithos Birdwatching. Migração de aves. Disponível em <http://www.ornithos.com.br/escola/guia-do-observador/caracteristicas-das-aves/migracao-das-aves/> Acesso em 28 de junho 2016

Relatório anual de rotas e áreas de concentração de aves migratórias no Brasil. Cabedelo, PB: CEMAVE/ ICMBio. 2014. Disponível em <http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/comunicacao/publicacoes/Miolo-Relatorio-Rotas-Migratorias_10-02-2015_Corrigido.pdf> Acesso em 28 de junho de 2016.

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