Sim os pássaros fazem migração:
A
migração é caracterizada como uma movimentação sazonal ou deslocamento cíclico.
Uma
espécie pode migrar para passa uma parte do ano em uma determinada área se
alimentado e reproduzindo, ao final da temporada a maioria dos adultos e seus
filhotes voam para outra área onde passam outra parte do ano alimentando-se.
Essa viagem pode ser longa se deslocando para outros países ou curta somente
indo para outra região do mesmo país.
Mais
ou menos há um século, acreditava-se que os pássaros não viajavam e sim
hibernavam durante o inverno como os outros animais. Hoje em dia, apesar das
dúvidas quanto jeito de orientação das aves, sabe-se pelo menos que eles migram
muito mais em razão da busca por comida do que para fugir do frio, devido à
escassez de recursos na época inverno.
A
América do Sul tem 230 espécies, com migrações de curtas e longas distâncias
dentro de um continente de uma grande variação latitudinal de áreas temperadas
e tropicais.
Existe
cerca de 840 espécies de aves migratórias registradas pelos pesquisadores no
mundo todo. Algumas aves passam pela Europa, África e se instalam na Antártida
todos os anos, podendo mudar de altitudes de 8000 metros e realizar viagens sem
fazer paradas por quatro dias seguidos, saindo da América do Norte até a
América do Sul.
As
espécies possuem diferentes estratégias para desenvolver suas viagens
migratórias, podendo se orientar através da capacidade de reconhecer
características topográficas, como sistemas hidrológicos e montanhosos, linhas
costeiras continentais, manchas florestais, manchas de água, direção dos ventos
dominantes e massas de ar com diferentes graus de umidade e temperatura.
Durante o dia as aves utilizam a orientação do sol e durante a noite lua e
estrelar e até mesmo podem se orientar utilizando o campo magnético terrestre.
A maior parte das aves
migratórias não ultrapassam os 35 Km/hora, podendo ter ajuda do vento a seu
favor. Outras aves, em especial as cegonhas, podem facilmente ultrapassar 55
Km/hora por serem aves mais robustas e fortes.
Existem
ameaças vindas do homem como a contaminação de recursos de águas por efluentes
urbanos, industriais e agrícolas, desmatamento desenfreado e não criação de
áreas de vegetação nativa como Parques e Áreas de Proteção Ambiental, e abate
ilegal ocorrendo por caçadores durante a época de reprodução. Também quando é
montado um parque eólico é feito um estudo de rotas migratórias das aves. Pois
é muito comum as aves serem atingidas por hélice de parque eólico.
No
Rio Grande do Sul segundo o Relatório Anual de Rotas e Áreas de concentração de
Aves Migratórias no Brasil tem lugares e tipos de aves que são migratórias no
Rio Grande do Sul como os lugares e aves sitadas abaixo:
APA do Ibirapuitã – a
REBIO de Ibirapuitã, localizada Santana do Livramento, Rosário do Sul, Quaraí e
Alegrete, é área de proteção Ambiental do Governo Federal e também é uma área reprodutiva
de Sporophila palustris (caboclinho-de-papo-branco), espécie migratória e ameaçada
(Mauricio et al. 2014).
Caboclinho-de-papo-branco
Banhados e Cordões Litorâneos
– no Banhado do Maçarico em município de Rio Grande, ocorre a maior população reprodutiva
de Sporophila palustris (caboclinho-de-papo-branco) do Brasil (entre 200 e 300
indivíduos - cerca de 10% da população global estimada), espécie migratóriabe
ameaçada (Mauricio et al. 2014).
Banhado São Donato –
Localizada
entre os municípios de Itaqui e Maçambará área reprodutiva de Sporophila palustris
(caboclinho-de-papo-branco) (Mauricio et al. 2014), de Sporophila cinnamomea (Caboclinho-de-chapéu-cinzento) (Krügel et al. 2014) e de Rostrhamus sociabilis (Gavião-caramujeiro)(Bencke et
al. 2006).
Caboclinho-de-chapéu-cinzento
Gavião-caramujeiro
Estação Ecológica do
Taim – abrangendo o município de Rio Grande e 70% o de Santa Vitória do Palmar.
Abriga as maiores populações conhecidas de capororocas Coscoroba coscoroba (cisnei)
(cerca de 1.500indivíduos), e cisnes-do-pescoço-preto, Cygnus melancoryphus
(cerca de 1.300 indivíduos) (FZBRS 2013). Há também registro de centenas de
Calidris subruficollis (Maçarico-acanelado) (espécie migratória e ameaçada)
durante o verão austral (Lanctot etal. 2002).
Capororocas coscoroba coscoroba
Cisnes-do-pescoço-preto
Maçarico-acanelado
Campos da Região de Bagé – uma das poucas áreas
reprodutivas de Sporophila cinnamomea (Caboclinho-de-chapéu-cinzento) no
Brasil, espécie migratória e Quase Ameaçada (Krügel et al. 2014).
Parque Estadual do
Espinilho – localizada Barra do Quaraí - RS é uma área reprodutiva de
Sporophila palustres- caboclinho-de-papo-branco. (Mauricioet al. 2014).
Estuário da Laguna dos
Patos – área com maior concentração regular de Calidris subruficollis (Maçarico-acanelado)
no Brasil (Lanctot et al. 2002).Essa espécie, além de migratória, é ameaçada de
extinção. Há também grandes concentrações de Tringa flavipes (Perna-amarela-pequeno)
e Pluvialis dominica (Tarambola-dourada-pequena), chegando a reunir mais de 400
(Dias et al.2011) e 500 indivíduos (Lanctot et al. 2002), respectivamente.
Perna-amarela-pequeno
Parque Nacional da
Lagoa do Peixe – está localizado nos municípios de
Tavares, Mostardas e São José do Norte. Importante ponto de concentração de
muitas espécies, como Anas geórgica (marreca-parda) (Nascimento, 1995), Pluvialis
dominica (Tarambola-dourada-pequena), (concentra mais de 1% da população global
dessa espécie, chegando a reunir entre 5.000 e 10.000indivíduos) (Morrison et
al. 2006) e Tringa flaviopes (Perna-amarela-pequeno), (quase 2.500 indivíduos)
(Gonçalves 2009). Também é importante ponto de parada para Limosa haemastica (Maçarico-de-bico-virado),
chegando a concentrar mais de 1.000 indivíduos (Harrington et al.1986, Belton
1994). Calidris subruficollis (Maçarico-acanelado) tem nos campos úmidos ao
redor da Lagoa do Peixe um de seus principais sítios de invernada em escala
mundial (Lanctot et al. 2002). Outras espécies que aparecem regularmente em grandes
números: Calidris alba o maçarico-branco (mais de 5.000 indivíduos), Calidris
fuscicollis o maçarico-de-sobre-branco (mais de 6.000 indivíduos) e o ameaçado
Calidris canutus o maçarico-de-papo-vermelho (mais de 11.000 indivíduos)
(Harrington et al. 1986). A área é também utilizada pro grandes grupos de
Sterna hirundo conhecido como Andorinha do Mar, chegando a formar concentrações
de 12.000 a 14.000 indivíduos (Bencke et al. 2006).
Marreca-parda
Maçarico-de-bico-virado
Maçarico-de-sobre-branco
REBIO do Mato Grande localizada
no município de Arroio
Grande – área reprodutiva de Sporophila palustris (Caboclinho-de-papo-branco)
(Mauricio et al. 2014).
Várzea do Canal de São
Gonçalo – área reprodutiva de Sporophila palustris (Caboclinho-de-papo-branco),
(Mauricio et al. 2014)
Chego à conclusão que o pássaros que vivem no Rio
Grande do Sul como quero- quero (Vanellus chilensis), pardais (Passer
domesticus), joão- de- barro (Furnarius rufus) não são aves migratórias. Já a tesourinha
(Tyrannus savana) é uma espécie de aves migratória.
Referencia:
BARBOSA, Bruno Corrêa.
Migração de aves.
Disponível em <http://www.infoescola.com/biologia/migracao-de-aves/>
Acesso em 28 de junho 2016
Ornithos Birdwatching. Migração de aves. Disponível em <http://www.ornithos.com.br/escola/guia-do-observador/caracteristicas-das-aves/migracao-das-aves/>
Acesso em 28 de junho 2016
Relatório anual de
rotas e áreas de concentração de aves migratórias no Brasil. Cabedelo, PB:
CEMAVE/ ICMBio. 2014. Disponível em <http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/comunicacao/publicacoes/Miolo-Relatorio-Rotas-Migratorias_10-02-2015_Corrigido.pdf>
Acesso em 28 de junho de 2016.
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